Esse ano a Arquidiocese do Rio de Janeiro celebra os 90 anos do Cristo Redentor. Do alto do corcovado, o Cristo abraça a todos que chegam e moram na Cidade Maravilhosa.

A maravilha dessa cidade de contrastes e belezas mil, não está apenas em seus pontos turísticos, nos grandes eventos que sedia e nos milhões de turistas que recebe anualmente. A verdadeira maravilha desta cidade está no seu povo. O carioca, que como o Cristo abraça a todos. O carioca que mesmo vivendo as agruras do dia a dia, não perde a cortesia, não abandona o sorriso, não deixa de lado a alegria do encontro, da acolhida, da fraternidade.

Certa vez, um missionário italiano desembarca no Brasil pelo aeroporto do Galeão, a cena que viu enquanto o avião aterrizava marcou sua chegada ao Rio de Janeiro. Ao ver os morros e favelas iluminadas na noite escura, fez com que lembrasse dos presépios de sua Nápoles de infância. Sempre dizia que os morros cariocas lembravam os presépios napolitanos.

O presépio da Catedral Metropolitana, esse ano, tem como pano de fundo o Cristo Redentor sobre uma representação de nossas comunidades, nossos morros e favelas, onde encontramos a alma carioca. Contemplando a humildade do menino que nasce na gruta de Belém, que é colocado na manjedoura, porque não tinha lugar na hospedaria, que se faz pobre como nós, se faz um de nós, assume para si nossa pobreza, para enriquecer-nos.

O Cristo que nos acolhe no alto do Corcovado, é o mesmo que nasceu no presépio de Belém. Esse Cristo, que nos acolhe e abraça, nos convida a acolhe-lo naqueles que sofrem, que não tem voz, que estão à margem.

Esse é o espírito do natal, sair de nosso egoísmo e ir ao encontro daqueles que sofrem.

Ao olhar o pequeno menino na manjedoura, somos por Ele acolhidos, acolhidos por Ele somos convocados a acolher aqueles que muitas vezes não enxergamos. “Tudo que fizerdes a um desses pequeninos, foi a mim que fizestes” (Mt 25, 40).