No dia 25 de maio, a Fundação Nacional de Artes lançou o livro Panorama da ópera no Brasil, no Teatro Dulcina, Centro do Rio de Janeiro.
A obra conta a história desse gênero musical, desde seus primórdios na era colonial do País, até o século XXI. Com linguagem acessível, especialmente direcionada ao público não especializado, a publicação conta com texto e pesquisa do jornalista Cláudio Figueiredo e organização, pesquisa e seleção de imagens da pesquisadora Nubia Melhem Santos.
Sobre Panorama da ópera no Brasil
Por meio da nova edição, a partir de agora, quem não conhece ópera ou conhece pouco poderá se aprofundar nesse gênero cênico-musical. Com 288 páginas fartamente ilustradas e prefácio é do historiador Paulo Knauss, o volume relata como ocorreu a difusão da modalidade artística no País, desde seus primórdios na era colonial até o século XXI.
Ao traçar o panorama, mostrando como a Nação absorveu e transformou uma forma de arte eminentemente europeia, o livro descreve que tipo de público assistia às óperas; quem as interpretava; como eram os teatros onde havia as apresentações; e quais a função e o papel simbólico dessas casas de espetáculo nas cidades brasileiras. O leitor vai descobrir o que significava ir ao teatro para assistir a uma ópera no Brasil do século XVIII e do século XIX e o que mudou nos hábitos e nas expectativas das plateias ao longo dos séculos.
A obra também traz diversas curiosidades, não se atendo somente aos personagens do mundo do teatro e da música – como Antônio José da Silva (o Judeu), o padre José Maurício, a cantora negra Joaquina Lapinha e os compositores Carlos Gomes e Villa-Lobos. Também apresenta nomes como os do inconfidente Cláudio Manuel da Costa, do pintor Debret, do poeta Gonçalves Dias, além de Pedro II e Machado de Assis.
Os autores escolheram, mais do que o aspecto musicológico, abordar a interação da ópera com outros aspectos da vida brasileira, como arquitetura, urbanismo, costumes, crítica, teatro, jornalismo e política. Desse modo, a edição aponta para aspectos menos conhecidos da história, tais como a presença marcante dos afrodescendentes brasileiros no mundo musical do Brasil Colônia; a atração de personagens como D. João VI, Pedro I e a princesa Leopoldina pelo universo da ópera; e as disputas apaixonadas entre torcidas em torno de cantoras líricas rivais nos teatros do Brasil do século XIX — um conflito em que divergências musicais se confundiam com rixas políticas.
Sobre os autores
Cláudio Figueiredo é jornalista e tradutor. Trabalhou no Jornal do Brasil e na TV Globo. Escreveu Entre sem bater: a vida de Aparício Torelly, o Barão de Itararé, finalista do Prêmio Jabuti 2012, categoria Biografia. É coautor dos livros O porto e a cidade: O Rio de Janeiro entre 1565 e 1910 (Prêmio Jabuti 2006, na categoria Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes) e Theatro Municipal do Rio de Janeiro: um século em cartaz (2011).
Nubia Melhem Santos é pesquisadora e editora, com formação em Letras. Publicou, como organizadora e pesquisadora, Era uma vez o Morro do Castelo (2000); Burle Marx: jardins e ecologia (2002); O porto e a cidade: o Rio de Janeiro entre 1565 e 1910 (Prêmio Jabuti 2006, na categoria Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes); Theatro Municipal do Rio de Janeiro: um século em cartaz (2011); e Amazônia das palavras (2020). Redigiu o argumento do filme Marcia Haydée: uma vida pela dança (2019).
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