A Arquidiocese do Rio de Janeiro iniciou a restauração da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim e Nossa Senhora do Paraíso, situada no bairro de São Cristóvão, próxima ao início da Avenida Brasil.
O prédio, cujo patrimônio pertence à irmandade do mesmo nome, estava interditado desde 2018 pela Defesa Civil, em função do estado precário de suas instalações. O telhado danificado provocou infiltrações na estrutura do prédio, o que comprometeu a segurança das paredes.
No dia 31 de outubro, debaixo de uma chuva fina, o arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, acompanhado do administrador da igreja, padre Álvaro José Assunção Inácio da Silva, visitou o prédio, tomou conhecimento das obras e deu bênção aos trabalhadores e benfeitores. Construído em 1850 no estilo barroco tradicional, o templo é tombado pelo município desde 2007. “No território da Arquidiocese do Rio, há diversas igrejas históricas, muitas pertencem a irmandades, e essa é uma delas. Depois de muitas tratativas, o provedor da irmandade nos entregou as chaves para começar as obras de restauração. A igreja estava vazia, sem obras sacras e a estrutura está bem danificada. O que parecia impossível, com a graça de Deus estamos dando passos. Esperamos trazer de volta para a cidade esse patrimônio histórico e de fé, e logo que possível, abrir as portas para as celebrações”, disse o arcebispo.
Estavam presentes na cerimônia de bênção o vigário episcopal do Vicariato Urbano, padre Wagner Toledo Moreira, e o pároco da Paróquia São Cristóvão, padre Edmar Augusto Costa. Entre os construtores e benfeitores, estava a engenheira Mariana Talita Gomes Pinheiro, responsável técnica da reforma dos três pavimentos, com uma área total construída de 1.902 metros quadrados.
“Junto com a nossa bênção, o campanário da igreja será iluminado como um sinal de fé, de esperança e de luz para a cidade. Quem passar pela Avenida Brasil ou pelos viadutos que cercam a igreja poderá contemplar o carinho que a arquidiocese tem pelos monumentos que retratam a beleza e a história de um povo de fé”, disse o arcebispo.
Dom Orani lembrou ainda que faz parte das preocupações da arquidiocese a manutenção das igrejas históricas e, quando preciso, reformas e restaurações. Como exemplo, destacou a restauração da Igreja de São Pedro, no Encantado, a Igreja do Rosário, na Rua Uruguaiana, e a vizinha Igreja de São Cristóvão, no mesmo bairro.
“Temos muitas necessidades que aumentaram ainda mais no período de pandemia, mas a Igreja continua fazendo o bem, procurando transformar a cidade para que seja mais justa, humana e solidária. A restauração de uma igreja também é uma necessidade, porque é um sinal positivo pela sua beleza, que nos ajuda a rezar, a viver a fé, a fazer o bem. Muitos divulgam o aspecto negativo da cidade com suas dificuldades e situações de violência, quando ao certo, deveria mostrar a beleza de seu povo, um povo de fé e de coração aberto”, destacou o arcebispo.