“A mulher abriu caminhos/ Difíceis de percorrer/ Enfiou os pés na estrada/ Pra demonstrar seu saber/ Foi bem grande a sua luta/ Porém ficar sempre oculta/ Impossível conceber”

Os versos de Dalinha Catunda, primeira mulher cordelista a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, inspiram a live desta segunda, 5 de setembro, do Museu do Pontal.

Os versos rememoram a autora que publicava seus versos com pseudônimo masculino, e celebram o espaço hoje conquistado pelas poetas de cordel atuantes em todo o País. Essas mulheres publicam folhetos, afirmam seus pontos de vista, realizam apresentações, estão conectadas pelas redes sociais, organizam eventos, são membras e estão à frente de associações e academias de cordel.

A live no Youtube, vai promover o encontro entre as poetas e pesquisadoras da literatura de cordel Rosário Pinto e Dalinha Catunda e a antropóloga Ana Carolina Nascimento, que conversarão sobre suas trajetórias e as de outras tantas mulheres neste universo, que vai deixando de ser predominantemente masculino. A mediação é da historiadora Juliana Pereira.

SOBRE AS CONVIDADAS

Ana Carolina Nascimento – Doutora em Sociologia e Antropologia da UFRJ com a tese “O verso e a vida: literatura de cordel e outros versos no Rio de Janeiro”. Compôs a equipe de pesquisa no processo de registro da literatura de cordel como patrimônio cultural do Brasil, pelo IPHAN. Atualmente coordena projeto de tratamento do acervo do Centro Cultural Casa de Jota Rodrigues, na Baixada Fluminense.

Dalinha Catunda – Maria de Lourdes Aragão Catunda nasceu em Ipueiras, no Ceará, e reside no Rio de Janeiro. Primeira mulher cordelista a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, é declamadora de cordel e, como tal, já participou da Feira Literária Internacional do Tocantins (FLIT) e da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) e há sete anos promove o Encontro Nacional de Poetas Cordelistas em Ipueiras.

Rosário Pinto – Poetisa de cordel, licenciada em Letras pela PUC/RJ, nasceu em Bacabal, Maranhão. Foi responsável pela formação e tratamento do acervo de literatura de cordel da Biblioteca Amadeu Amaral, do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/IPHAN, onde deu seus primeiros passos na composição poética. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC e da AMO CORDEL – Associação de Amigos da Literatura de Cordel.

Juliana Pereira – Doutora e mestre em História pela Universidade Federal Fluminense. Atuou no projeto “Capoeira Contemporânea no Rio de Janeiro, 1948 – 1982”. Atualmente é membra do grupo de estudos e pesquisas Culturas Negras no Atlântico (Cultna), do Grupo de Trabalho Emancipações e Pós-Abolição da Anpuh, da rede de Historiadorxs Negrxs e do Podcast “Atlântico Negro”.